A conversa entre Ailton Krenak e Nego Bispo, promovida pela Muda, aconteceu em maio de 2021, ainda assim, nesta primavera de 2022 me presenteei assistindo novamente esse tesouro e te convido a assistir também!
A Muda é uma plataforma de outras economias, anfitriã na Pluriverso que vem fazendo um lindo trabalho de economia circular.
“O dinheiro nada mais do que uma invenção para regular as trocas entre as comunidades” diz o João Carlos Artigos, na abertura do encontro por volta do minuto 15:00 do vídeo.
Nego Bispo se apresenta, conta um pouco da sua história de vida e do modo como foi se relacionando com o dinheiro na sua trajetória. .
“Tudo que nós precisávamos para viver nós sabíamos fazer. Tudo! De plantar o algodão até confeccionar o roupa. De plantar o açucar até fazer a cana, a rapadura e a cachaça. Tudo. Tudo. Raramente se comprava um sal e olhe lá. Então, o dinheiro no nosso meio não era uma coisa tão presente.”
As histórias que segue contando são tão interessantes que você não consegue desgrudar os olhos dele.
Ailton Krenak, entra no min 26:20 e fala do presente que é estar ao lado do mestre Nego Bispo. Conta um pouco da história do seu povo Krenak, relatando que seus ancestrais viveram muitos anos em um território de 500km2 sem conhecer dinheiro.
“Esse paraíso terreste. Paraíso mesmo. Então essa cultura, que se desenvolveu aqui dentro desse paraíso, ele não incluia uma invenção, de alguma externa as relações huamanas, para ser trocada. Tudo o que se trocava eram sentidos, eram afetos, eram as relações entre essas pessoas, que eram todos parentes uns dos outros. Então, não tinha um estranho. Parece que o dinheiro chegou junto e foi introduzido pela mão de um estranho.”
A conversa entre os dois segue entremeada com as suas experiências de vida.
O vídeo é uma maravilhosa aula sobre pensamento decolonial no ponto de vista desses dois mestres.
Assista você também e amplie suas percepções sobre as cosmologias do dinheiro.
A Muda é uma comunidade virtual iniciada por um grupo de artistas, professores, fazedores culturais, empreendedores sociais, surfistas, hackers, produtores e sonhadores.
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