O feminismo periférico é uma corrente do movimento feminista que tem como objetivo centralizar as experiências e demandas das mulheres que vivem nas periferias das grandes cidades e nas áreas rurais.
Esse tipo de feminismo surgiu como uma resposta às lacunas do feminismo tradicional, que muitas vezes não consegue contemplar as questões específicas das mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência, entre outras.
Neste artigo, vamos abordar o conceito de feminismo periférico, suas potencialidades e desafios para a luta feminista. Para isso, faremos uma revisão bibliográfica sobre o tema, apresentando diferentes perspectivas de autoras e autores que contribuem para o debate.
O que é?
O feminismo periférico é uma vertente do feminismo que surge a partir das experiências de mulheres que vivem nas periferias das grandes cidades e nas áreas rurais. Essas mulheres, em sua maioria, são negras, indígenas, pobres e enfrentam diversas formas de opressão e violência, além da exclusão social.
De acordo com a ativista e pesquisadora negra Sueli Carneiro, essa vertente se diferencia do feminismo hegemônico, que tem como base as demandas das mulheres brancas e de classe média. Para Carneiro, o feminismo periférico é um feminismo da diferença, que valoriza a diversidade das experiências das mulheres e reconhece que não existe uma única forma de ser mulher.
Outra autora que contribui para o debate sobre feminismo periférico é a filósofa e feminista Djamila Ribeiro. Para Ribeiro, trata-se de uma luta por direitos humanos, que considera a intersecção entre gênero, raça e classe social.
Segundo ela, o feminismo periférico se opõe ao feminismo liberal, que busca a igualdade formal entre homens e mulheres, sem considerar as desigualdades sociais e históricas que afetam as mulheres periféricas.
Potencialidades do Feminismo Periférico
Uma das principais potencialidades do feminismo periférico é sua capacidade de abarcar as demandas das mulheres que vivem nas margens da sociedade. Ao centralizar as experiências dessas mulheres, amplia o debate sobre as desigualdades de gênero, raça e classe social, tornando o movimento feminista mais inclusivo e diverso.
Além disso, esse movimento tem um potencial transformador, pois busca romper com as estruturas de poder que mantêm as mulheres periféricas em condições de vulnerabilidade. Ao denunciar as violências que afetam essas mulheres, o feminismo periférico contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Para saber mais: Assista o documentário “Mulheres Periféricas – Apoiadas por mais de 500 mil manas”. Produzido pelo coletivo de mulheres da periferia de São Paulo, Fala, Guerreira, registrou diferentes experiências e visões de mulheres das quebradas sobre feminismo.
Natalia Merssalina é formada em Jornalismo, assessora de imprensa e trabalha com criação de conteúdos para redes sociais e blogs institucionais de diversos setores como tecnologia, negócios, logística, veículos, energia solar e lifestylefeminino.